Por Franklin Rosa
Temos uma habilidade imensa para sacralizar o que é do demônio e demonizar o que é e está sacramentado por natureza e nobreza!
Nosso exclusivismo religioso nos priva de reconhecer o que é divinamente inspirado, quando o objeto em questão não tem sua fundamentação ou procedência do e ou no “MEIO”.
Gostamos de exorcizar tudo o que é secular, pois afinal de contas: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” 1ª João cap. 2 vs. 15, mas com uma alienação que até a ufologia faria objeto de investigação, sentimos um mega-orgasmo em cultuar e reverenciar o que é do “MEIO”, pois afinal de contas: “Assim diz o Senhor!”.
Creio que Tiago escreveria com indignação iraquiana ao constatar essa insensibilidade naqueles que dizem que são, mas que por suas obras mostram que não são, e então diria à eles: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” Tiago cap. 1 vs. 17.
E por favor, não me venham os exegetas e hermenêutas de plantão e de “Platão” (A necessidade que é a mãe da invenção), dizerem que minha “logosofia” é texto sem contexto pra colocar cabresto, usando Tiago cap. 3 vs. 10 com pretexto para me crucificar.
Minha necessidade é ser nada pra ser tudo, e minha invenção é achar que o “MEIO” tem redenção.
Talvez esteja se perguntando: Que “MEIO” é esse?!
É o mesmo que não reconheceu o Messias por comer Ele com pecadores porque eles não eram do “MEIO”, é o mesmo que ao transgredir Ele o estatuto e as institutas do “MEIO” que determinavam que o sábado era “vaca sagrada intocável”, tiveram um surto psicótico, é o mesmo que O crucificou porque Ele não tinha a formatação da “logorréia farisaica”, e só se posicionava na “esquerda oposicionista” contra o “MEIO”.
Esse é o “MEIO”, que necessita aprender vez ou outra com o “Evangelho que não é do “MEIO”!
No Evangelho que não é do “MEIO” pregaria Bob Marley: “Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles”.
No Evangelho que não é do “MEIO” “poetizaria” Mario Quintana:
Amar é mudar a alma de casa,
é ter no outro, nosso pensamento.
Amar é ter coração que abrasa,
amar, é ter na vida um acalento.
Amar é ter alegria que extravasa,
amar é sentir-se no firmamento.
Amar é mudar a alma de casa,
é ter no outro, nosso pensamento.
Amar, é aquilo que embasa,
é ter comprometimento.
Amar é, voar sem asa,
e porque amar é acolhimento,
amar é mudar a alma de casa.
No Evangelho que não é do “MEIO” cantaria viceral e espiritualmente Cazuza: Ajudai, Senhor
Deus, me ajuda
Me ajuda, Senhor
Eu me sinto tão usado e louco aqui
Sem ninguém, ninguém pra amar
Eu procuro em todo lugar e não acho
Ninguém para amar
Deus, me ajuda
Me ajuda, Senhor
Eu sei, não é nenhum tipo especial de pessoa
que te pede
Mas eu acredito que o Senhor não esquece ninguém
Ninguém
Ah, Deus, me ajuda, por favor
Você não sabe quanto tempo faz
Que eu tento em vão
Todo dia eu me esforço
Tentando mudar
Mas alguma coisa sempre me empurra pra baixo
É verdade
Não me deixe só aqui, sem amor
Não me deixe, Senhor…
No Evangelho que não é do “MEIO” com ternura sussurraria Madre Teresa de Calcutá:
“A oração torna nossos corações transparentes e só um coração transparente pode escutar a Deus !”
No Evangelho que não é do “MEIO” profetizaria o “pequeno/grande” Gandhi:
“O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte”
“Olho por olho, e o mundo acabará cego”
“O amor é a força mais sutil do mundo”
E pra finalizar e arrancar o sabiá do toco: “Se ser do “MEIO” é ensimesmar-se ao ponto de reivindicar legitimidade e autenticação, não quero ser de direita (politicamente correto), mas quero ser de e da esquerda para me identificar com os marginalizados e inadequados que são objeto da insana Graça de Deus!”.
Fonte: Púlpito Cristão
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