Por Felipe Pinheiro - www.guiame.com.br
Em franca expansão no Brasil, os louvores evangélicos têm crescido numa variante que tem encontrado cada vez mais adeptos: a Black Music.
Contribuindo para a resolução de uma identidade nacional do estilo, o Artpella tem demonstrado que já se encontra no seleto grupo da música black gospel, formado por nomes como Sergio Saas e Izabeh. Ambos fizeram uma participação especial no show de lançamento do primeiro CD do grupo, que lotou o Teatro Anhembi Morumbi (SP) no último domingo, 20. Ainda estava prevista a participação de Danilo e Coral Kadimiel, cujo motivo da ausência ainda não foi confirmada.
Dividida em duas sessões, a apresentação de caráter intimista do trabalho "Negro Pop spiritual", contou com o incentivo de Beto Marden (apresentador do SBT), que chegou a relembrar o programa Astros quando desafiou Caroline Moline, sem saber que era sobrinha de Di Groove (o líder do Artpella), a tentar ganhar um CD caso conquistasse o público com a sua voz. "Tem gente boa na plateia também", disse Caroline entusiasmada com o sucesso do conjunto, em entrevista ao Guia-me.
"Não tinha noção do Artpella, embora soubesse que eles tinham vencido o Astros. Quando eu escutei no Youtube, caí pra trás", revelou o músico Izabeh sobre a agradável surpresa que teve.
"O Rodrigo, Di Groove, é uma pessoa fabulosa; é um homem que dá muito testemunho cristão. Você percebe imediatamente que Cristo mora no coração dele", compartilhou Izabeh.
Acompanhando o grupo desde o começo, Sergio Saas, um dos precussores do estilo à capela e uma das influências do Artpella, refletiu sobre o costume adotado pelo grupo. "Por conta da repressão, o estilo à capela foi bem mais divulgado nas igrejas tradicionais, já que nessas denominações não se podia usar bateria. Mas se for pensar num cenário secular ou evangélico, à capela não foi utilizada nem 10% do seu potencial", avalia.
Artpella e a Black Music
Celebração, Vocal Brothers e Art'n Seven foram os nomes do Artpella durante 14 anos de ministério, até a formação atual.
"É igual quando a gente passa a vida inteira querendo um filho e aí ele nasce. Foram anos batalhando bastante, mas Deus abençoou e estamos agora lançando o disco", disse ao Guia-me o líder Di Groove.
O primeiro álbum, cuja produção foi viabilizada após a venda do Kia Picanto no Astros, agrega um novo sentido à Black Music. "Inserimos o pop por essa pegada mais contemporânea. Optamos por fazer algo diferente dentro do negro spiritual, que é algo que já gostávamos muito de fazer. Inovamos criando esse estilo novo", apontou Di Groove.
Ao contrário da explosão do estilo louvor e adoração no Brasil, encabeçado por nomes como Diante do Trono, David Quinlan e Fernandinho, o gênero com origem no gospel americano ainda permanece com uma repercussão tímida, ainda que crescente.
"Nós não temos uma identidade telógica como o louvor e adoração. Toda música gospel tem que ter uma identidade teológica. A restrição da Black Music eu acho que é por essa questão da negritude. A negritude ainda é algo que estranha", explicou Izabeh.
Debaixo do Poder
Desde a vitória no programa, principal contribuição para a visibilidade nacional do Artpella, apenas um integrante foi substituído. "Tive a melhor recepção do mundo e me desenvolvi bastante junto com grupo. Tenho aprendido a forma de amar com essa família", afirmou Lelis, que há seis meses é uma das duas vocalistas.
Além das canções que se tornaram sucesso no canal de vídeos Youtube, como Santo Espírito e Vivo, esta que garantiu a vitória do Artpella na competição do SBT, o álbum tem entre as composições uma releitura de um sonho de um dos integrantes.
"Estava precisando de uma música e Deus me deu essa letra por um sonho em que eu via a Nova Jerusalém. Lá eu encontrava muitas pessoas e Jesus me dava um abraço debaixo da árvore da vida. Eu tentei transmitir isso através da letra, melodia e puro sentimento", revelou o vocal Cleiton Frack, sobre a faixa Nova Jerusalém.
Não limitado a cantar na Igreja, o Artpella vai aonde Deus direcionar. "Que possamos ir em todos os lugares do mundo. Que todas as pessoas possam escutar sobre o amor de Jesus; como ele modificou a nossa vida", garantiu Dan, um dos integrantes, sobre o seu desejo em relação ao ministério.
Fora a música, o figurino também traduz a principal finalidade do grupo, que é levar a Palavra de Deus, conforme explicou Di Groove: "O presidiário lembra quando estamos escravizados pelo pecado. Mas Jesus pela glória imensa que ele tem já nos perdoou e vestimos essa camisa para representar a liberdade com Jesus. Por isso o contraste do estado do presidiário com a roupa branca, que significa a pureza e a liberdade".
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